sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Adriano completa 30 anos tentando reconstruir seu império


O atacante Adriano completa 30 anos nesta sexta-feira cercado de dúvidas sobre seu futuro. O camisa 10 do Corinthians tem boas chances de jogar contra o São Caetano, neste sábado, naquele que seria apenas seu sexto jogo pelo clube quase um ano depois de ser contratado.
Ele chegou ao Alvinegro em março do ano passado para tentar preencher o hiato deixado pela aposentadoria de Ronaldo. Sua passagem, no entanto, ainda não é digna de lembranças positivas: uma lesão grave no tendão de Aquiles da perna esquerda, faltas a treinos, dificuldade para entrar em forma e polêmicas extra-campo ofuscam as poucas aparições no gramado - são cinco jogos incompletos e um gol.
Antes de se tornar Imperador, contudo, Adriano foi emprestado para ganhar experiência. A passagem pela Fiorentina não teve brilho, mas o Parma lhe deu destaque internacional. Entre 2002 e 2004, foram 32 gols que o colocaram como destaque na conquista de dois honrosos quintos lugares no Campeonato Italiano e evidenciaram: o jovem brasileiro estava pronto para ser o craque da Internazionale.
Em meio ao sucesso, justamente no magnifício ano de 2004, viria o primeiro grande baque de uma trajetória até então gloriosa: a morte de Almir, pai do Imperador. O brilho e o poder de fogo foram mantidos até a conquista da Copa das Confederações de 2005, mas os altos e baixos atrapalharam o jogador na Copa do Mundo do ano seguinte, quando o Brasil teve campanha frustrante e foi eliminado pela França.
A queda vertiginosa em 2007, ano em que ocupou o noticiário mais por suas aventuras na noite italiana do que pelo futebol apresentado, fez com que a Inter o liberasse de graça para disputar o Paulistão e a Libertadores de 2008 pelo São Paulo. Apesar de não ter conquistado títulos com o Imperador vestindo a camisa 10, o Tricolor conseguiu domá-lo e abafou quase tudo o que pudesse virar polêmica - exceto no dia em que o goleador chegou atrasado, foi embora mais cedo e discutiu com um fotógrafo no CT da Barra Funda, fatos que lhe renderam uma multa e uma bronca pública do presidente Juvenal Juvêncio.
Após refugiar-se na Vila Cruzeiro por alguns dias, Adriano foi repatriado pelo Flamengo para dar a volta por cima com mais gols, título do Brasileirão de 2009 e retorno à Seleção. O problema é que as polêmicas não o abandonaram: confusões com a então noiva Joana Machado e relações amistosas com traficantes prejudicaram sua nova passagem pelo Flamengo e o levaram de volta à Itália, desta vez para vestir a camisa da Roma. Foram oito jogos, nenhum gol, uma lesão no ombro e mais uma volta para casa.
Caso realmente jogue contra o São Caetano, Adriano terá a chance de festejar seu 30º aniversário dando indícios de que seu talento ainda pode proporcionar alegrias aos fãs do futebol brasileiro. Mas a celebração depois do jogo precisará ser contida, sem exagero no consumo de comida e bebida alcoólica, para que não haja interferência na briga contra a balança e na caminhada para reconstruir seu império.

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